O Drex, moeda digital brasileira, foi criado pelo Banco Central (BC) para modernizar o sistema financeiro e atender às demandas da economia digital. O projeto teve início em 2020, com estudos e testes que envolveram instituições financeiras e empresas de tecnologia, buscando explorar o uso de blockchain e tecnologias de contabilidade distribuída (DLT). Em 2023, o nome Drex foi escolhido para diferenciar a moeda digital do real físico, refletindo o avanço do BC na construção de uma infraestrutura que permita sua implementação gradual nos próximos anos. O Drex visa facilitar transações, reduzir custos, melhorar o monitoramento econômico e promover inclusão financeira em um país onde milhões ainda têm pouco ou nenhum acesso a serviços bancários.
Contudo, o Drex levanta preocupações. Ao contrário do dinheiro em espécie, ele permite o rastreamento de todas as transações, gerando receios quanto à privacidade dos cidadãos e ao controle estatal sobre a vida financeira. Mesmo com garantias do BC sobre a segurança dos dados, o monitoramento integral suscita dúvidas sobre a liberdade financeira dos brasileiros. A dependência de uma infraestrutura digital robusta também cria barreiras, já que áreas rurais e regiões menos favorecidas podem enfrentar dificuldades no acesso à moeda digital.
Outro ponto crítico é o potencial controle do governo sobre o dinheiro dos cidadãos, já que o BC teria a capacidade de bloquear contas ou impor restrições de uso, abrindo espaço para o uso político da moeda digital e colocando em risco a liberdade econômica. Há também o desafio de segurança digital: o Drex está sujeito a ciberataques, que poderiam comprometer o sistema e gerar instabilidade financeira.
Embora o Drex represente uma inovação promissora, é crucial que o Banco Central implemente a moeda com transparência, cautela e regulamentação adequada, para proteger os direitos dos cidadãos e garantir que a inovação não comprometa liberdades individuais e a segurança econômica do país.
O Drex realmente levanta uma preocupação quanto ao uso político e ao controle excessivo que uma moeda digital centralizada pode acarretar.
O Drex pode, sim, oferecer benefícios para a economia e inclusão financeira, mas é fundamental que sua implementação respeite o direito dos cidadãos à privacidade e à autonomia econômica, não sendo utilizado como uma ferramenta de dominação social.